21 novembro 2014

Violência urbana X segurança pública: há muitos itens nesse problema


No início desta semana fomos surpreendidos pelo ato de violência sofrido pelo nosso coordenador administrativo Claudionor da Costa (Pará), que ao ter o carro roubado, foi trancado no porta-malas e solto em um lugar ermo do município de Caucaia, Região Metropolitana de Fortaleza. A notícia nos surpreendeu por ser sempre uma surpresa saber de algo ruim com alguém próximo. Mas, diante da situação caótica que o Ceará vive em relação à segurança pública, a maior surpresa foi Pará estar vivo, contando a história.

Fortaleza é hoje a 3ª capital mais violenta do país. Uma realidade que assusta a quem aqui mora e faz pensar duas vezes aqueles que desejam nos visitar. Quando falamos de violência urbana a primeiro coisa que nos vem à mente é a falta de segurança pública. Claro, pagamos impostos e esperamos resultados deles. O problema, no entanto, é que há muitos itens envolvidos na questão da violência: educação, cultura, lazer, saúde, moradia são apenas alguns deles. Sem falar do domínio das drogas, que envolvem questões que vão das dificuldades de relações das pessoas à fraqueza do ser humano, passando por temas filosóficos e sociológicos diversos.

Mas voltando a questão da segurança foquemos na palavra: pública. Há muitos anos deixamos que os governos se apropriassem como quisessem do que era público. Quando a educação pública falhou, ao invés de cobrar qualidade, aceitamos pagar uma educação privada – e cara – muitas vezes chegamos a nos “gabar” de poder pagar por isso. Da mesma forma fizemos com a saúde, quando o governo deixou de oferecer atendimento de qualidade sucumbimos aos planos de saúde. Também foi assim com o transporte e agora estamos fazendo o mesmo com a segurança, instalando cercas elétricas, contratando pessoas armadas e até blindando carros.

Infelizmente, para muitos, ter plano de saúde, pagar escola privada e andar de carro (blindado ou não) é sinônimo de status. Quando deveria ser sinônimo apenas de inércia, de falta de mobilização, de resignação diante de algo pelo qual deveríamos ter lutado (ou começar a lutar).

O episódio vivido pelo diretor Pará nos faz refletir. Dessa reflexão procuraremos trazer discussões dos temas apresentados acima, sobre serviços públicos, direitos da população, deveres do governo, mobilização social, dentre outros, em nosso jornal impresso. Acompanhe!

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